outros sinais além dos tremores

Doença de Parkinson: Conheça Outros Sinais de Alerta Para a Detecção Precoce além dos Tremores.

outros sinais além dos tremores

Quando se fala em Doença de Parkinson, a primeira imagem que costuma vir à mente são os tremores nas mãos. E sim, eles são um sintoma clássico. No entanto, focar apenas neles pode atrasar um diagnóstico crucial, pois o Parkinson é uma condição complexa com uma gama de sinais que vão muito além dos movimentos involuntários. Muitos desses outros sintomas, inclusive, podem aparecer anos antes dos tremores se tornarem evidentes, oferecendo uma janela de oportunidade para a detecção precoce e um manejo que melhore significativamente a qualidade de vida.

Perda do olfato, prisão de ventre e alterações do sono podem ser indicativos precoces? Vamos desvendar os outros sinais de alerta da Doença de Parkinson e entender por que é tão importante ficar atento.

O Que é a Doença de Parkinson? Uma Breve Introdução

A Doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo que afeta principalmente o movimento. Ela ocorre devido à degeneração de neurônios em uma área do cérebro chamada substância negra, responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos, humor e cognição. A redução da dopamina leva aos sintomas que conhecemos.

As causas da Doença de Parkinson são desconhecidas, porém existem fatores de risco que aumentam a sua incidência, tais como condições genéticas e ambientais.

Os Sinais Que Vão Além do Tremor (e Podem Vir Antes!)

Embora os tremores em repouso sejam um dos quatro principais sintomas motores (junto com a bradicinesia/lentidão, rigidez e instabilidade postural), o Parkinson também se manifesta através de uma série de sintomas não motores e sutis alterações motoras que podem passar despercebida por muito tempo:

Sintomas Motores Iniciais e Sutis:

  1. Bradicinesia (Lentidão de Movimentos): É a lentidão para iniciar e executar movimentos. Pode se manifestar como:
    • Micrografia: A letra fica progressivamente menor e apertada ao escrever.
    • Arrastar os Pés: A pessoa começa a arrastar um dos pés ao caminhar, ou os passos se tornam mais curtos e arrastados.
    • Redução do Balanço dos Braços: Ao caminhar, um dos braços (ou ambos) balança menos do que o normal.
    • Dificuldade em Tarefas Simples: Abotoar uma camisa, amarrar cadarços, cortar alimentos, ou escovar os dentes se tornam tarefas mais lentas e difíceis.
  2. Rigidez Muscular: Aumento da resistência ao movimento nas articulações. Pode causar:
    • Dor e Desconforto: Principalmente nos ombros ou quadris, que pode ser confundida com artrite ou problemas ortopédicos.
    • “Congelamento” (Freezing): Sensação de que os pés estão “presos ao chão” ao tentar dar o primeiro passo ou ao passar por um obstáculo.
  3. Mascaramento Facial (Hipomimia): A redução da expressão facial, resultando em um rosto que parece sério, triste ou apático, mesmo quando a pessoa não está. O piscar dos olhos também pode diminuir.
  4. Alterações na Voz: A voz pode se tornar mais suave, monótona (sem modulação), rouca, ou com dificuldade em projetar o som (hipofonia). A fala pode ficar mais rápida ou arrastada.

Sintomas Não Motores (Muitas Vezes Precedem os Motores):

  1. Perda do Olfato (Hiposmia/Anosmia): Dificuldade em sentir cheiros ou a perda total do olfato, que não é causada por resfriado ou gripe. Pode ser um dos primeiros sinais, aparecendo anos antes dos sintomas motores.
  2. Distúrbios do Sono:
    • Transtorno Comportamental do Sono REM (TCS-REM): Pessoas “encenam” seus sonhos, com movimentos bruscos, gritos, socos e chutes durante o sono REM (fase do sono profundo), podendo ser violentos e perigosos para o parceiro. É um forte preditor do Parkinson.
    • Insônia ou Sonolência Diurna Excessiva: Dificuldade para dormir à noite ou sentir muito sono durante o dia.
  3. Constipação (Prisão de Ventre): Dificuldade crônica para evacuar, mesmo com uma dieta rica em fibras e boa hidratação. Problemas gastrointestinais podem surgir anos antes dos sintomas motores.
  4. Depressão e Ansiedade: Sentimentos persistentes de tristeza, desesperança, perda de interesse em atividades, nervosismo e preocupação excessiva. Podem não estar relacionados a eventos específicos e são muito comuns em todas as fases da doença.
  5. Dor Crônica: Dores inexplicáveis ou desconforto em partes do corpo.
  6. Fadiga: Cansaço extremo e persistente que não melhora com o descanso e não é explicado por outras causas.
  7. Hipotensão Ortostática: Tontura ou sensação de desmaio ao se levantar rapidamente, devido a uma queda súbita da pressão arterial.
  8. Problemas Urinários: Urgência para urinar ou necessidade de urinar com frequência.
  9. Salivação Excessiva (Sialorreia): Acúmulo de saliva na boca e até mesmo baba, muitas vezes por diminuição da frequência de deglutição.
sinais precoces
Fique atento!

Por Que a Detecção Precoce é Tão Importante?

Atualmente, não há cura para a Doença de Parkinson, mas o diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento mais cedo. Isso não só ajuda a controlar os sintomas de forma mais eficaz, melhorando a qualidade de vida do paciente, mas também pode retardar a progressão da doença e reduzir a necessidade de medicamentos ou procedimentos mais avançados no futuro.

Com um diagnóstico precoce, é possível implementar:

  • Medicação adequada: Para gerenciar os sintomas motores e não motores.
  • Fisioterapia: Para manter a mobilidade, equilíbrio e flexibilidade.
  • Fonoaudiologia: Para ajudar com problemas de fala e deglutição.
  • Terapia Ocupacional: Para adaptar atividades diárias e manter a independência.
  • Apoio psicológico: Para lidar com os desafios emocionais da doença.

Quando Procurar Ajuda Médica?

É importante ressaltar que a presença de um ou alguns desses sinais isoladamente não significa, necessariamente, um diagnóstico de Parkinson. Muitos desses sintomas podem ser causados por outras condições de saúde, envelhecimento natural ou hábitos de vida.

No entanto, se você ou alguém que você conhece está apresentando uma combinação desses sintomas, especialmente se eles forem persistentes, progressivos ou incomuns para a idade, é crucial procurar um neurologista. Esse especialista poderá realizar uma avaliação completa, solicitar exames para descartar outras condições e, se for o caso, iniciar o processo de diagnóstico e tratamento.

Ficar atento a esses sinais é um ato de cuidado consigo mesmo e com o próximo. A informação é uma ferramenta poderosa na promoção da saúde!

Você conhecia todos esses sinais do Parkinson? Deixe seu comentário e contribua com a conversa!


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